sexta-feira, 31 de julho de 2009

OBSTÁCULOS PARA O CRESCIMENTO DE IGREJAS URBANAS (Parte I)


Rev. Gildásio Reis

Nós concordamos que a evangelização é um imperativo de Cristo para a sua igreja, contudo, não são poucas às vezes que nos sentimos impotentes, desanimados e vencidos diante de tamanha responsabilidade. De fato, mesmo cônscios de nosso dever, da assistência divina e dos frutos, ainda assim, não deixamos de reconhecer as barreiras que se levantam e nos intimidam ou amedrontam quando pensamos em evangelizar.

Precisamos reconhecer barreiras reais e contrapô-las com os recursos dispostos por Deus ao nosso alcance. Se muitas forem as barreiras, suficiente e superior será o auxílio divino para transpô-las, nos concedendo vitórias e nos fazendo efetivos instrumentos de proclamação das Boas Novas da Salvação em Jesus Cristo.

1. O Diabo. Satanás, com seus anjos maus, procura impedir o crescimento da igreja em qualquer lugar. John T. Mueller exemplifica as artimanhas destes inimigos da igreja de Cristo:

a) continuamente procuram destruí-la por investidas em geral (Mt 16.18);
b) tentam impedir que os ouvintes recebam a Palavra de Deus (Lc 8.12);
c) disseminam doutrina errônea (Mt 13.35; 1 Tm 4. 1s); e
d) incitam perseguições ao reino de Cristo (Ap 12.7). No intuito de arruinar a igreja, o diabo causa transtornos também ao estado político (!Cr 21.1; 1 Rs 22.21-22), e ao estado doméstico (1 Tm 4.1-3; 1 Co 7.5; Jó 1.11-19).

2. A Relativização de absolutos: Vivemos dias em que os absolutos são descartados. A verdade tornou-se subjetiva e pessoal, cada um tem sua própria verdade. A liberdade individual e a felicidade pessoal são o alvo buscado e a justificativa de qualquer meio para se alcançar este fim. A nossa cultura perdeu a perspectiva de que existe uma lei moral transcendental que se aplica a todos e que rege o próprio equilíbrio das partes. Diz o insensato no seu coração: não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem. (Salmo 14.1)

O Cristianismo é a única história que faz o nosso mundo ter sentido, que age como guia moral, que nos enche com uma esperança confiante dos nossos futuros individuais e o futuro da nossa raça e o deste mundo”, entretanto, a História Cristã perdeu seu significado para o homem moderno.

Entrementes, a relativização de absolutos, ou seja, você decide o que é verdadeiro segundo suas próprias concepções, tem rodeado e até mesmo invadido a igreja. Muitas das nossas convicções e fundamentos sobre os quais lançávamos princípios de vida estão abalados e sob suspeição. As incertezas sobre o teor da mensagem do Evangelho nos fazem recuar. Será que de fato cremos numa verdade? Ela poderá mudar derrubar os muros da incredulidade? Já não nos sentimos tão seguros quanto ao conteúdo de nossa pregação. Como combater a incerteza com incertezas?

“Devemos ter certeza de que nossa fé é de fato a verdade”. Para tanto, o conhecimento e estudo da Palavra de Deus é a fonte que nos prepara para que possamos estar “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. (1 Pedro 3.15b), assim, “...procurai, com diligência, cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição...” (2 Pedro 1.10a).

3. Ausência de credibilidade da Igreja: Boa parte da população está decepcionada com erros diversos em igrejas como a exploração financeira, escândalos de líderes religiosos, o legalismo de certas igrejas que impõem aos seus adeptos leis humanas muito rígidas, tirando-lhes a alegria de viver.: Outra barreira que enfrentamos na evangelização urbana é o discurso da incoerência. A igreja tem desassociado a pregação do testemunho. A ética cristã tem se tornado extremamente maleável, adequando-se às circunstâncias. Os escândalos estão nos deixam constrangidos – porém, não envergonhados ou arrependidos – a nós já não pertence mais o “corar de vergonha” (Daniel 9.7b)

O evangelho está desacreditado porque perdemos o crédito de nosso comportamento perante a sociedade. É certo que não somos perfeitos e ao olharmos para o passado, veremos manchas na História que até hoje são evocadas e simplesmente nos enchemos de desculpas. Devemos assumir os erros que se registraram nos anais da história, atitudes humanas desprovidas de aprovação divina.

Mas, ao mesmo tempo em que devemos assumir nossos erros passados, devemos, também, tomar atitudes no presente para coroar o futuro, viver como luz do mundo e sal da terra, a fim de que os homens vejam nossas boas obras e glorifiquem a Deus (Mateus 5.13-16).

4. A perda da linguagem comum: A comunicação é uma importante conexão entre as pessoas e para que ela se efetive o transmissor da mensagem deve se fazer entender pelo seu receptor, ou seja, minhas palavras devem estar adequadas à linguagem do ouvinte. Como costumamos dizer: “agora, estamos falando a mesma língua” - referência ao fato de terem se entendido. Isto, porém, tem se perdido nos dias atuais. “Mais e mais pessoas são biblicamente analfabetas” – incluindo o meio evangélico. Devemos ter a sensibilidade para fazermo-nos entender na pregação, na proclamação de uma mensagem universal que é “para todos as nações, tribos, povos e línguas” em qualquer tempo ou lugar.

Devemos nos questionar sobre tais barreiras, reconhece-las tão somente não é suficiente, é preciso preparar-se para enfrenta-las, e temos recursos para isto, como afirma o apóstolo Paulo: “porque as armas de nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. (2 Coríntios 10.4,5). Sendo, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes (Tiago 1.22) o nosso testemunho falará mais alto que nossas palavras e esta é uma linguagem que todos compreendem, vida coerente.

5. Reação de Condenação: Quando nos sentimos acuados reagimos condenando a todos. A parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18.9-14) ilustra o cuidado que devemos ter em relação a julgarmo-nos melhores do que outros. Se do “lado de fora” sentimos o cheirinho de enxofre nos “pecadores” e agradecemos a Deus por não sermos como eles, um perigoso sinal nos alerta contra a vaidade e arrogância espirituais. Não devemos julgar nossos inimigos, antes, amá-los. Se fosse possível tirar uma fotografia da realidade espiritual da alma humana e guardássemos a nossa, antes da conversão, veríamos que somos tal qual aqueles que desprezamos ou condenamos.

É neste tipo de arrogância que criamos uma subcultutra cristã (mera presunção) que finalmente vai mudar as coisas, pensamos nós. Nos propomos a preencher os espaços políticos, culturais, sociais para subjugar o “ímpio”, mas para isso vale tudo que estiver ao nosso alcance, seja ético ou não, seja lícito ou não, seja honesto ou verdadeiro ou não. Nos tornamos maiores tiranos do que aqueles que foram “demonizados” por nós.

Devemos, como cristãos, exercer nossa cidadania e contribuir ativa e conscientemente nossos direitos e deveres como cidadãos. Mas, também como Cristãos, devemos ter a percepção de que pertencemos uma “nacionalidade” que nos exige que vivamos segundo suas prerrogativas, como cidadãos do céu e neste exercício de cidadania a palavra amor e misericórdia estão entre os primeiros deveres.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

JOÃO CALVINO: Uma perspectiva pastoral


“Calvino é pastor zeloso e incansável no seu esforço em favor de suas muitas ovelhas, sofridas e angustiadas por males de toda sorte” Wilson Castro Ferreira

Por ocasião das comemorações dos 500 anos de aniversário de João Calvino, gostaria de refletir um pouco sobre um importante aspecto do ministério deste grande reformador. Muitos membros em nossas igrejas e principalmente nós pastores, estamos mais acostumados a pensar na figura do “Grande Reformador” como um Teólogo, do que como um pastor de almas ( embora estas duas coisas não sejam excludentes ). É indiscutível a capacidade de João Calvino como estudioso, teólogo, escritor e expositor sério da Escritura; mas há um lado de Calvino muitas vezes esquecido, o qual precisamos resgatar – seu lado pastor. E penso que olhar para a figura de Calvino nessa perspectiva pastoral, pode em muito nos ajudar hoje em nossa caminha­da como pastores.

Gostaria, portanto, mesmo que de maneira condensada, olhar para Calvino nesta perspectiva, e refletir como ele desenvolveu seu pastorado nas seguintes áreas: Na pregação, na visitação e no aconselhamento. Ninguém tem dúvida, de que estas três áreas são vitais no ministério pastoral.

1) Calvino como pregador.

A pregação das Escrituras na sua totalidade, constituía o alicerce do seu trabalho pastoral. Diz ele que “A Escritura é a fonte de toda a sabedoria, e os pastores terão de extrair dela tudo o que eles expõem diante do rebanho”[1] Sua convicção é de que pela exposição da Palavra de Deus as pessoas são conduzidas à liberdade e à segurança da fé salvadora, e a verdadeira pregação, tem o objetivo de abrir a porta do reino ao ouvinte[2]. Pela pregação, a plenitude da graça de Deus alcança o coração das almas carentes.

Em suas pregações, comentários e cartas pessoais dirigidas a amigos[3], Calvino ad­verte os fiéis com respeito aos perigos da vida cristã, sobretudo em contato com a oposição de um mundo hostil aos valores do reino de Deus. Como pastor, Calvino também critica severamente seus oponentes teológicos e freqüentemente afirmava que “o verdadeiro pastor tem duas vozes: uma para chamar as ovelhas e outra para espantar os lobos devoradores”[4].

É óbvio que, se entendemos que a pregação da Palavra é a comunicação da graça de Deus ao coração de nossos ouvintes, nós pastores precisamos ser mais zelosos na preparação e na entrega de nossos sermões. Isto porque, não pregamos para mostrar nosso conhecimento bíblico ou capacidades de oratória, mas para que vidas sejam edificadas e transformadas. Por isto, o Pastor Calvino exorta-nos sobre o grande privilégio e responsabilidade na exposição da Palavra, considerando que “a infidelidade ou negligência de um pastor é fatal à igreja”.[5]

Seguir o exemplo de Calvino na pregação, é pregar com o propósito de produzir pessoas que reflitam a medida de maturidade de que falou o escritor de Hebreus: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” Hb 5.14

Infelizmente, a pregação em nossos dias, parece ter esquecido estas verdades. Algumas pregações hodiernas contêm mais entretenimento do que ensino. Na verdade, muitos pregadores consideram o ensino doutrinário (pregação expositiva) como algo indesejável e sem utilidade prática, preferindo um sermão repleto de histórias engraçadas, revelando muito pouco do coração de Deus. Não é o tipo de pregação que as Escrituras exigem de nós.

Temos de pregar a Palavra (2 Tm 4.2); falar “o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). É preciso resgatar a visão do pastorado de Calvino quanto a pregação, e este é o nosso grande desafio, numa época de superficialidades e entretenimento.

2) Calvino como visitador.

Expondo a idéia de Calvino quanto à visitação, Wallace diz que se o pastor tiver uma real preocupação pastoral para com aqueles para quem ele está pregando, irá procurar não falhar em visitá-los em seus lares[6]. É explícita esta idéia em Calvino, quando ao comentar Atos 20:20, diz que Paulo estabeleceu um modelo para o ministério da Palavra quando falava sobre como ele não cessava de admoestar tanto “publicamente” quanto de “casa em casa”.[7] “O que quer que os outros pensem, não consideramos nosso cargo como algo dentro de limites tão estreitos como se, quando o sermão estiver terminado, pudéssemos descansar como se nossa tarefa tivesse terminada. Aqueles cujo sangue será requerido de nós se os perdermos por causa de nossa preguiça, devem ser cuidados muito mais de perto e de modo mais vigilante”[8]

Infelizmente essa prática vem aos poucos sendo esquecida, e mesmo aquelas igrejas que ainda valorizam a visitação, nem sempre a faz de maneira eficaz e com o propósito bíblico. Isto porque a visita para muitos, limita-se a uma conversa informal sobre muitos assuntos, acompanhada de uma xícara de café e bolinhos[9]. Contudo, há vários termos na Bíblia que mostram que a visitação pastoral é para encorajar os desanimados ( I Tes 5:11,14;), fortalecer os fracos ( Gl 6:1 ), repreender os desatentos ( 2 Tm 3:16,17 0, instruir na sã doutrina (2 Tm 4.2), etc...

Calvino tinha uma visão clara da finalidade da visita por parte dos pastores e presbíteros. Para ele, a pregação pública deve ser suplementada com visitas pastorais: “Não é suficiente que, do púlpito, um pastor ensine todas as pessoas conjuntamente, pois ele não acrescenta instrução particular de acordo com a necessidade e com as circunstâncias específicas de cada caso”[10]

É fato que o grande reformador, desenvolveu seu pastorado dispensando grande cuidado à visitação dos enfermos[11], e Ronald Wallace nos lembra que Calvino prescreveu em suas Ordenanças Eclesiásticas, que ninguém deveria permanecer três dias inteiros confinado à sua cama sem cuidar para que o ministro seja notificado e...quando qualquer pessoa desejar que o ministro vá à sua casa, deve cuidar de chamá-lo numa hora conveniente para a visita.[12]

Talvez alguém possa pensar que Calvino tinha tempo de sobra e só por isso ele conseguia fazer as visitas. Não é bem assim. Observe como Halsema fala sobre a agenda diária do Reformador:

Calvino trabalhava de uma maneira que teria esgotado qualquer homem com saúde. Estava em pé e ocupado às cinco da manhã. Se doente, ele estava na cama e ocupado, com livros espalhados sobre a colcha. Aos domingos ele pregava duas ou três vezes em Saint Pierre. Em semanas alternadas, pregava sermões na segunda, quarta e sexta-feira. Semanalmente, fazia conferências públicas na terça, quinta e sábado. Nas quintas-feiras ele também presidia a reunião do conselho da igreja, na qual todos os ministros e presbíteros se reuniam para estudar as Escrituras. Calvino assumia sua parcela de responsabilidades nas visitas aos doentes e prisioneiros. Visitava as famílias da sua paróquia com regularidade, como tivera estabelecido nas Ordens. Esses eram os deveres normais.[13]

Não tenho dúvidas de que o domingo é um dia essencial para a realização do serviço pastoral, mas Calvino adverte: “não consideramos nosso cargo como algo dentro de limites tão estreitos como se, quando o sermão estiver terminado, pudéssemos descansar como se nossa tarefa tivesse terminada”[14] Lamentavelmente, existem pastores que pensam e agem desta maneira.

Ricardo Agreste citando Eugene Peterson, deixa muito clara a idéia de que o pastor não deve limitar seu pastorado apenas aos domingos. Diz ele:

Assim, como muitos outros pastores, deparo-me com a realidade de que, apesar do Domingo ser um dia essencial no serviço pastoral, muito deste ministério precisa ser feito em meio ao caos de Segunda a Sábado ....Nossas igrejas estão necessitando de pastores que conduzam suas ovelhas através de suas limitações e crises, com amor e paciência na direção da maturidade em Cristo Jesus. Nossas comunidades precisam de guias que, através da oração e da Palavra, ajudem as pessoas a caminharem através de suas crises e a viverem em meio ao caos.[15]

Mesmo sendo um pastor muito ocupado, Calvino encontrava tempo para a visitação. Mesmo porque, visitar as ovelhas não era uma questão de ter ou não tempo, mas uma questão de visão pastoral. Visitar fazia parte da sua filosofia ministerial. Mormente, precisamos compreender que, o ministério de visitação não teve sua importância apenas nos dias de Calvino. Visitar ainda é relevante para o ministério contemporâneo, pois pela visitação, o pastor adquire direta e imediatamente conhecimento dos problemas básicos e profundos de suas ovelhas, podendo orientá-las nas Escrituras; e é pela visitação que o pastor tem como aplicar de maneira mais pessoal e direta a Palavra de Deus; bem como, pela visitação, o pastor conhece os outros membros da família que porventura não são membros da igreja, tendo assim a oportunidade de falar-lhes de Cristo.

3) Calvino como Conselheiro.

Calvino também no exercício de seu pastorado, sempre procurou encorajar pessoas sobrecarregadas, que não conseguiam encontrar consolo mediante sua própria aproximação de Deus, a procurarem seu pastor para aconselhamento particular e pessoal. Nas palavras de Ferreira, “Calvino é pastor zeloso e incansável no seu esforço em favor de suas muitas ovelhas, sofridas e angustiadas por males de toda sorte” [16].

Conforme registro de um dos seus colegas pastores em Genebra, “(...) os que lhe procuram são recebidos com simpatia, gentileza e sensibilidade. Ele os atende e prontamente lhes responde as perguntas, mesmo as mais sérias delas. Sua sabedoria é demonstrada nas entrevistas particulares tanto quanto nas conversas públicas onde ele conforta os entristecidos e encoraja os abatidos...”[17]

Como já dito, Calvino acreditava que o ensino, além de ser público nos cultos, deveria ser acompanhado por orientação pessoal e aplicado às circunstâncias específicas da vida de suas ovelhas. Atendia noivos que estavam se preparando para o casamento, pais que traziam seus problemas relacionados aos seus filhos, pessoas com dúvidas ou dificuldades doutrinárias, lutas com enfermidades, ouvia confissões de pecados, e a todos ele os recebia e levava o conforto e o encorajamento necessários[18].

Penso eu, que a razão pela qual Calvino entendia que o aconselhamento era indispensável para o trabalho pastoral, é que Deus estabeleceu a igreja como seu principal instrumento para cuidar de nossas dores e sofrimentos pessoais. Portanto, na qualidade de conselheiro, o pastor não pode deixar para a psicologia secular o cuidado de suas ovelhas, ao contrário, deve assumir esta responsabilidade e restaurar pessoas perturbadas, e orientando-as biblicamente conduzi-las à vidas plenas e produtivas para a glória de Deus.

Concluindo, penso que podemos ter Calvino como um exemplo de pastor, pois o mesmo atende à orientação que Pedro dirige ao escrever a nós pastores nos dias atuais: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos de rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (I Pe 5.1-4).

Sigamos o exemplo de Calvino. Sejamos pastores, pastores de almas.

(Texto primeiramente publicado na Revista PROPOSTA da UPH – Quarto Trimestre de 2004 )


Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, formado em psicanálise clínica, Mestre em Teologia pelo centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (Educação Cristã), Mestrando em Ciência das Religiões pela Universidade Mackenzie, e Professor de Teologia Pastoral no Seminário Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”.


[1] João Calvino, As Pastorais, Comentário em I Tm 4:13, p. 123
[2] VALLACE, Ronald. Calvino, Genebra e a Reforma. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. 2004 p. 145
[3] Calvino tinha muitos amigos, ebtre eles Viret e Fare, e as cartas escritas a estes dois homens superam em número aquelas dirigidas a qualquer outra pessoa. A Viret escreveu ele mais de 60 cartas e a Farel mais de 90. Através destas cartas é possível conhecer muito o coração pastoral de Calvino. Cf. Ferreira, p. 155
[4] Wallace, Op Cit., p. 144
[5] João Calvino, As Pastorais,( comentário em I Tm 4:16 ), p. 126
[6] VALLACE, Op Cit., p. 147
[7] Calvin, John. Calvin´s Commentaries – The Acts Of The Apostles. Vol. II. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishins Company. 1973 p. 175
[8] Wallace, Op Cit., p. 147
[9] SITTEMA, John. Coração de Pastor – Resgatando a Responsabilidade Pastoral do Presbítero. São Paulo, SP: Ed. Cultura Cristã. 2004 p. 198
[10] Calvin, John. Calvin´s Commentaries – The Epistles Of Paul – The Apostle To The Romans And To The Thessalonians. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishins Company. p. 345 ( Ao camentar I Tessalonissenses 2:11, Calvino insiste em que o pastor precisa ser um “pai” para cada pessoa.
[11] LESSA, Vicente Tenudo. Calvino -1509-1564 – Sua Vida e a Sua Obra. São Paulo, SP: Casa Editora Presbiteriana. P. 119
[12] Wallace. Op Cit., p. 148
[13] HALSEMA, Thea B. Van. João Calvino Era Assim. São Paulo, SP: ED. Vida Evangélica. 1968. p. 139
[14] Wallace, Op Cit., p 147
[15] http://www.editorasepal.com.br/sepal/jornal/out_dez2001/pastorear.htm ( capturado em 22/03/04 )
[16] Ferreira, Wilson Castro. Calvino: Vida, Influência e Teologia. Campinas, SP: LPC. 1985. p. 153.
[17] Palavras de Nicolas des Gallars registradas por Richardr Staufer em The Humanness of John Calvin (New York: Abingdon Press, 1971) e citadas por Baumann.
[18] Calvino, João. As Institutas da Religião Cristã. Vol. IV, 3: 6 - São Paulo, SP: Casa Editora Presbiteriana. 1989.